segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Respostas - Atividade Semana 1- "Porque a relutância em escrever"

ATIVIDADES – SEMANA 1 (de 28/09 a 04/10/2009)
PROFESSORA: MARIA JOSÉ FERRO – E.E. DIVA DA CUNHA BARRA

1) Leitura do texto
2) Reflexão – As aulas de redação

RESPOSTAS

A) Sim, ela realmente existe, nós que estamos em sala de aula podemos confirmar e por vários motivos alheios ao cotidiano dos nossos alunos; a escola exclui a relação do que nela se ensina com as situações reais de comunicação fora dela.
Sabemos que há não muito tempo, a escola era para a elite, com salas predominantemente masculinas, e hoje, por várias razões; como o aumento da demanda de vagas nas escolas, a falta de recursos para atender a essa demanda, a inadequação do que se ensina, métodos, meios de formação e recrutamento de professores também inadequados e ultrapassados para os termos de uma sociedade em mudança.
Segundo Bechara,alguns diagnósticos apontam como causas da também chamada crise do idioma – ressaltarei três causas que realmente vivencio em sala de aula:
- A decadência das escolas públicas nas séries iniciais;
- O despreparo crescente dos professores;
- A imaturidade dos alunos que entram na escola e dela saem muito rapidamente (por conta das aprovações automáticas e não do desempenho em português).

B) Concluindo a leitura, pude confirmar o que vivemos em sala de aula e segundo Lílian Passarelli,é necessário valorizar as idéias do aluno, sem ater-se a estratégias que se voltem a classificação e quantificação de erros; como também libertar-se do ensino de redação dos três tipos de textos – a descrição, a narração e a dissertação. “ Ora categorizar a produção escrita não é ensinar redação “.
O material usado para as aulas de redação deve ser bem elaborado porque temos que usar textos de escritores consagrados? Se, podemos utilizar sugestões do aluno; sua vida não é feita de textos reais?
A vida prática, além dos muros escolares, revela ao educando que existem muitos outros tipos de texto. Nosso aluno está farto de seguir modelos, ele precisa descobrir que escrever não é apenas narrar, descrever, ou dissertar; mas soltar idéias, se apossar da certeza de que já produz grandes textos, ainda que seja na oralidade; e aos poucos elaborar textos com liberdade na criação, sem imposição de modelos.
Um dos maiores equívocos que contribui para aversão à escrita; é a aura mítica, sugerindo que o indivíduo deva ter um talento especial para escrever. Muitos estudantes pensam que escrever bem se dá pelo talento do escritor; nosso educando precisa descobrir que escrever é um ato de elaboração, onde ocorre planejamento, revisão, reescritas; libertando-se : ESCREVE RÁPIDO = ESCREVE MUITO BEM
APRESENTA DIFICULDADE = AMADOR
Por que não usarmos modelos vivos, voltados à necessidade do presente, estão em estreita conexão com as experiências que o aluno traz, aprendendo mais pelo uso do que pelas regras.

C) Tenho trabalhado incansavelmente com o “caderno do aluno”,sempre comento que apenas não consigo andar muito rápido, e observo que temos propostas de modelos vivos; experiências vividas, relatos pessoais, a presença diversificadada de gêneros textuais.
Sim, há atividades que exigem a escrita do aluno em condições reais, tentando criar condições de expressão e de vida para a linguagem, contudo o nosso aluno ainda está se familiarizando com as novas propostas de produção.
Quanto à leitura dos paradidáticos, ela fornecerá a matéria-prima à escrita, lê-los poderá ajudar no ter o que escrever. Lendo, entendendo conforme a interação com seu repertório, o aluno recriará sua leitura, transformando-se num leitor protagonista.

D) Ter a convicção de que todos os alunos são capazes de produzir bons textos, libertando-se da Aura Mítica no texto, de que para se escrever bem deve-se ter talento.Podemos sim, considerar os modelos, desde que não seja um molde e dê espaço para a criação: MODELO X UNIVERSO DE EXPERIÊNCIA
Um professor ousado, que assume a tarefa de ensinar, desprendido, conforme Paulo Freire – “...mas recusa a estreiteza cientificista...” – Permitirá à produção de bons textos.


E) Precisamos com certeza mudar o enfoque, para atenuar a aversão à escrita, esclarecendo aos alunos acerca do processo que envolve o ato de escrever, desmestificando a crença de que redigir só é viável para eleitos que já nasceram com esse dom.
Embora sintam profunda necessidade de se fazerem presentes por intermédio da escrita, quando se encontram na escola os indivíduos relutam em escrever porque se sentem bloqueados.
Um dos motivos dessa resistência é que, em geral, os temos propostos para as redações são distantes da realidade dos alunos. È desejável que se instale um espaço interativo em que o professor ouça seus alunos e os ajude a aprender a ouvir, levando em conta o conhecimento prévio deles, como também sugerir aos alunos que redijam a partir de um tema escolhido por eles próprios, delegando-lhes responsabilidades, pois se sentiriam verdadeiramente os “donos de seus “, resgatando o lúdico.
A produção dos textos não devem transformar-se em testes para correções gramaticais, e nem apenas para aplicabilidade de uma nota, mas com o cuidado de diferenciar os problemas encontrados e de enunciar numa linguagem clara, que represente um ponto real de apoio.
Enfim, constatamos no nosso dia-a-dia essas incruências, porque o aluno tem toda uma história de produção da escrita, mas reintero; cabe a nós a ousadia!!



3) “NINGUÉM GOSTA DAQUILO QUE NÃO DOMINA”

Lendo o texto de Lílian Passarelli, visualizei vários momentos em sala de aula, e nada mais honroso do que assumirmos sim as diversas situações dificultosas pelas quais passamos, para que nosso aluno produza textos com legibilidade, coerência, com plena clareza e acima de tudo de forma prazerosa sem a abrigatoriedade e a preocupação com a nota.Mas, nada é intransponíel, quando se deseja ousar e deixar a burocratização da mente a que nos expomos diariamente; por que não aguçarmos a necessidade manifestada pelos alunos de representar suas experiências via escrita.Isto se verifica desde o homem das cavernas, em cujas paredes registrou sua história, até os jovens contemporâneos que manifestam seus pensamentos ou desabafos em portas de banheiros públicos.”Necessitamos tornar nossas verdades bonitas e precisamos dizer para os outros: Isto sou eu. Esta é a minha história, minha vida, minha verdade.Precisamos ser ouvidos”. Por que não ouvir o que os nossos alunos nos têm a dizer? Deixar de lado a obrigação e cultivar o desejo da escrita!!

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